quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O ballet é uma tremenda base para qualquer dança - Incluindo a Oriental!


Como sabem em nossa escola também temos aulas de Ballet. Nossa professora é Flavia Paradela, que tem desenvolvido um trabalho maravilhoso com adultos, trazendo a base e estrutura que podemos acoplar a dança oriental.
Temos dentro de nosso centro, tanto as aulas puras da técnica clássica, como um trabalho completementar as aulas de dança Oriental
Escolha o que for mais conveniente a você e experimente seu corpo de maneira integral.
uma aula consciente e muito efetiva para sua percepção e desenvolvimento artístico!

Prof. Flavia Paradela.

Texto extraído do livro “Noverre, Cartas sobre a Dança”, da autora Marianna Monteiro, pela Edusp Editora.
          A submissão da dança às regras da pintura é tão grande que, em nome da perspectiva, Noverre defende a ideias de substituir os bailarinos que atuam na primeira zona por bailarinos de menor porte na segunda zona, propiciando a ilusão de espaço percorrido. Descreve nos seguintes termos o balé em que utilizou pela primeira vez esse efeito:
(...) o cenário representa uma floresta cujos caminhos se dispunham paralelamente aos espectadores. Uma ponte finalizava o quadro, revelando atrás dela uma paisagem bem distante. Dividi a cena em seis classes, segundo degradações. Cada classe era composta por três caçadores, que formavam ao todo trinta e seis figurantes. As estaturas, na primeira classe, correspondiam à travessia do caminho feita mais próxima dos espectadores; as da segunda classe substituíam as primeiras, percorrendo o caminho seguinte, e as da terceira classe sucediam-lhes, passando pelo terceiro caminho, e assim por diante, até que, ao cabo, a última classe, composta por criancinhas, finalizando o trajeto passando sobre a ponte. A degradação era tão corretamente observada que os olhos, com ela, enganavam-se; o que era apenas efeito da arte e da proporção acabava parecendo a coisa mais natural e verdadeira.
          Em outro trecho da Cartas, quando discute a interação entre as artes no interior do balé, Noverre refere-se à importância do desenho, que, segundo ele, “é útil demais nos balés para que os compositores deixem de dedicar-se seriamente a ele. Contribui para o encanto das formas, prodigalizando novidade e elegância às figuras, volúpia aos grupos, graça às posições do corpo, precisão e correção às posturas”.
          Contudo, o que permite a um balé “pintar” não é a simples materialidade dos corpo se movendo em meio aos elementos plásticos da cenografia, mas, ao contrário, o fato de a cena organizar-se como uma composição em torno de um tema, com intriga, desenvolvimento e desenlance, para que seja pintura é preciso, antes de mais nada, que o balé adquira forma poética.

Observações Prof. Flavia:
Quando Noverre usa o termo “degradação, ou classe” usa-os no sentido de planos. Isto tem a ver com a relação que ele faz com o desenho, a pintura e a perspectiva nas artes visuais.
Ao se ler uma obra de arte visual há uma sintaxe da linguagem pictórica, ou seja, como iremos analisar uma imagem.
Logo, quando Noverre cita no texto sobre as estaturas como “primeira classe”, refere-se às imagens que estão no primeiro plano do olho do espectador, ou mais próximas do observador.
E no último parágrafo do texto reproduzido, sobre a ação do balé “pintar”, organização da composição em torno de um tema, ele provavelmente tenta expressar a importância do equilíbrio estético entre todos os elementos que formam a cena, incluindo a disposição dos bailarinos, como também as posições que seus corpos devem assumir, em busca da total harmonia.


Conceito de “épaulement”, por Agrippina Vaganova, do livro “Princípos Básicos do Ballet Clássico”, pela Editora Ediouro.
Épaulement é a primeira sugestão de futuro talento artístico de dança clássica que é feito nos exercícios de principiantes e crianças.
O estudo começa com os movimentos das pernas. O aluno permanece en face, voltado diretamente para o professor, até que comece a fazer os exercícios, mantendo corpo firme. Então, deve ser introduzido algum jogo de corpo, e acrescentada uma sugestão de futura cor artística.
Em face é a direção natural para a primeira e segunda posições, e geralmente os alunos assim permanecem. Mas, a terceira e quarta posições são feitas com um giro de ombro: se o pé direito está para a frente, o ombro direito está voltado para a frente, e a cabeça para a direita.
A quarta posição permite um giro duplo. Se a posição é em croisé, o ombro direito está para a frente e a cabeça para a direita (*1), e se está em effacé, o pé direito está para frente (*2), mas o ombro esquerdo fica voltado para a frente e a cabeça para a esquerda (*3).
Deste modo, a característica básica do ballet clássico é introduzida desde o verdadeiro início, uma vez que o ballet clássico é construído com croisé e effacé. É do croisé e do effacé que se desenha a riqueza de suas formas, e isso  nunca pode florescer tão luxuriosamente se eles ficam confinado em cansativas e monótonas posições en face.
(*1) Olhar voltado para o canto 2.
(*2) Pé e perna direcionados ao canto 2.
(*3) Olhar voltado para o canto 8.



1.     Divisão da sala de aula (para poses e epaulemets):
·         Legenda:
Ø  ponto negro: o corpo no centro da sala, posicionando-se o olhar para o lado 1, contando em sentido horário;
Ø  1= lado 1; 2= canto 2; 3= lado 3; 4= canto 4; 5= lado 5; 6= canto 6; 7= lado 7; 8= canto 8;








2. Posição das pernas:
·         Da esquerda para direita:
Ø  Quatrième derrière
Ø  Quatrième à la second
Ø  Quatrième devant

3. Epaulements (croisé/ effacé/ écarté)

Croisé devant     e      croisé derrière

Effacé devant      e     effacé derrière

               
Ecarté devant            e         ecarté derrière

          
Attitude croisé devant     e     attitude croisé derrière

            
Attitude effacé devant    e    attitude efface derrière


   
                   1º arabesque                         2º arabesque                    3º arabesque                   4º arabesque


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